domingo, junho 22, 2008

Secla, que pena, mas é a Nação que se afunda...

Após um anúncio na televisão de que tinham sido distribuídos 200 000 computadores, ao abrigo de programas subsidiados e sabendo os Portugueses quem tem acesso aos concursos públicos, por quem e como eles são geridos, vem um prémio atribuível ao governo Sócrates:

A Secla, empresa fundada em 1944, vai fechar.

Ora, uma pequena reflexão diz-nos que se trata de uma empresa com um passado irrepreensível, a qual, longe de produzir algo que os outros já fizeram, sempre pugnou por inovar. Cito como exemplo o modelo Antoinette da ceramista Hansi Stael, que esteve em Portugal vários anos e trabalhou para a referida empresa. Deu origem entre outros à lavadeira, cuja imagem se pode ver abaixo, e que me orgulho de possuir, entre outras peças da prestigiada cerâmica.



vejam este link para terem uma ideia do que é a Secla.

Como outras, sob a pressão da concorrência estrangeira, trabalhando com qualidade e sem mercados enormes à partida que lhe permita rentabilizar investimentos, entrando o produto estrangeiro de parte terceira, leia-se chinês, nem sequer é da Comunidade Europeia, barato, não aguenta. Mas não há que ligar ao estoiro da economia Nacional. Pode-se continuar a carregar com impostos a Nação e as empresas que a fazem viver, já quase só restam as comerciais de capital estrangeiro que já compraram o que havia para comprar, porque as criadoras de riqueza já arriaram a carga como os bois quando o carro já não é suportável.
Os concursos públicos são na sua maioria uma lista de marcas e tipos, feitos para que alguém, encostado ao aparelho de estado tenha um lucro fácil e rápido. Uma queixa neste sentido efectuada à autoridade da concorrência (sim, escrevo em pequeno) se bem que confirmadamente recebida não teve sequer direito a resposta, apesar dos seus correligionários garantirem que tudo vai de vento em popa, e que a máquina está bem oleada (de facto está, para o fim em vista).

De que está à espera Sr. Primeiro Ministro para se demitir? Eu tenho vergonha de ser Português. Portugal já foi uma grande Nação, e Vª Exª, bem como os (des)governos que o precederam, alguns tendo mesmo primeiros-ministros que fugiram do País, destroem a Pátria abrindo as fronteiras aos vândalos e distribuindo benesses aos corruptos. Ao mesmo tempo atiram poeira aos olhos do povo distribuindo bolos a quem necessita de pão.

Sr. Primeiro-Ministro: Nunca vivi tão mal em Portugal como vivo agora, nem no tempo do Dr. Salazar. Vá lá, dê o exemplo, e olhe que eu sou daqueles das tecnologias de ponta, algo conhecido lá fora, e ignorado cá no burgo, e permita-nos eliminar os incompetentes que Vª Exª e os que o precederam têm no aparelho de estado, vendem o País ao estrangeiro a cada curva do caminho e me boicotam, a mim e à maioria dos Portugueses, à custa de impostos, de concorrência desleal dos boys e de excesso de estúpida e desnecessária legislação o exercício honesto da minha profissão...enquanto permitem tudo aos que importam o lixo estrangeiro. Demita-se e rápido, prefiro que vá para Primeiro-Ministro o Galo de Barcelos, tem concerteza uma verticalidade bem melhor que a conseguida por Vª Exª no exercício do cargo!

Nós não precisamos de governo da forma que nos querem governar, deixem-nos trabalhar, à Italiana, se for preciso, alijem a carga fiscal e párem com os acordos preferenciais com países terceiros e o alargamento selvagem da comunidade, que nós, a classe média trabalhadora, conseguimos. Dêm-nos tempo, que andámos a dormir à custa dos fundos comunitários tempo demais sem rumo, só para lucro dos vândalos que à custa deles enriqueceram.

Eu sei que o mercado é móvel, fecham umas e abrem outras, mas o dinheiro comunitário tem servido só para os grandes projectos (onde é tudo importado, só cá vêm explorar mão-de-obra barata) e para encher os bolsos aos ladrões. E há empresas que não são substituíveis, são PATRIMÓNIO, metam isso nas suas cabeças duras e corruptas.

Se bem que o estado não se deve substituir às empresas, deve acautelar condições de mercado que lhes permita funcionar.

Vão para o raio que vos parta, e para concluir, Secla, que pena, quem será o próximo (a fábrica Bordalo Pinheiro, a Vista Alegre, que já nem substitui peças partidas)...

Já agora, pensem nisto antes de entrar na loja do chinês...

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei do blogue e do post.
Mas deixe que lhe pergunte: quando é que Portugal foi uma grande nação?! Creio que só em área geográfica no tempo das colónias, porque em influência, boa governação e economicamente, nunca fomos mais que NADA!
Quanto ao fecho da Secla, e muitas outras, é sempre de lamentar. E o governo nada tem feito para incentivar a competitividade das empresas. Mas estas também têm uma grande cota parte de culpa! Pois em Portugal temos muitos poucos empresários, mas sim muitos patrões! Diga-me lá se não lhe faz impressão, os donos das empresas andarem de Jaguar ou Porsche, enquanto que a maioria dos operários recebem o salário mínimo? E é ou não verdade que em muitas empresas a diferença entre o vencimento do CEO e a média da empresa é de 200% ou mais, enquanto há países em que a diferença é entre 50 a 100% (veja o Japão por ex.)?

barcarossa disse...

Portugal sim, foi uma grande Nação, quando estávamos espalhados pelo mundo, está correcto! A partir daí, foi só desgraça. Mas agora temos de conhecer a nossa dimensão e ajustar-nos a ela. O que não significa vender tudo nos saldos e ficar só com a paisagem...

Estou completamente de acordo, muitas vezes falta visão de futuro, isto da Secla já se arrasta faz tempo, é a velha história da empresa dependente de 1 ou 2 clientes e sem estratégia de diversificação, a qual custa como o raio, só gera frutos muito pelo futuro dentro, mas tem de ser levada a cabo.

O tempo das lojas a vender produtos de utilidade infelizmente acabou, as grandes superfícies destruiram tudo, e estas só vendem produto de baixo valor acrescentado, na sua maioria estrangeiro.

E o povo não tem dinheiro, e compra o produto barato aos magnatas do comércio da grande superfície, que o vendem baratinho pagando tarde e esmagando preços...é um ciclo maldito.

As empresas têm assim de procurar nichos de mercado. A tentar combater os vândalos no seu próprio território, não irão a lado nenhum... E a Secla tem peças de prestígio. Um bom plano de recuperação e uma linha de crédito bonificado...e eles até já devem ter computadores, não percisam dos do PM ;-) . É que os miudos agora têm PC, mas para que lhes vai servir quando sairem da escola e não tiverem trabalho?

E sim, é um escândalo o nível de vida de muitos que por aí andam, carros de luxo, altos salários, enquanto a classe média, pilar da sociedade, está de tanga. E as empresas públicas dão o exemplo!

Pois é contra isto que temos de continuar a lutar! Sem baixar os braços, por um Portugal melhor.