quinta-feira, junho 15, 2006

Qual é a eficiência cá no burgo?

Muitas vezes ouvimos os outros e nós próprios dizer "estou assoberbado de trabalho".

A realidade é que nas pequenas e até grandes empresas sobra sempre algum trabalho inesperado para fazer (são sempre os mais qualificados que apanham com ele), e muitas vezes é trabalho que já devia estar feito e quando se conta com ele e se vai buscar, afinal ou não está feito ou tem de ser refeito, pois sem um polícia atrás de cada Português, nada fica como deve ser, e afinal trata-se de uma aproximação ao que devia ser.

O apelo do menor esforço e do "já está bom" sem afinal se ter duvidado de si próprio e verificado, apontando ciosamente as limitações que contém mesmo que já não haja tempo para melhor fazer, revelando-as honesta e frontalmente ao cliente, de modo a coligir uma lista de pendentes e melhorar na primeira oportunidade a fim de conseguir a satisfação do mesmo, resulta em constantes perdas de exercício e ineficiência.

Exemplo ilustrativo e concreto (pura fricção, ou não será?):

Um canalizador faz uma instalação de aquecimento central, como parte de um projecto mais abrangente, e não a testa metendo-a à pressão, não tendo contado também com o peso da água sobre os radiadores quando esta estiver cheia. Vai embora e como não havia um polícia especializado (fiscal de obra versado na matéria) dá-a como pronta. Na altura de encher vem e enche. As fugas aparecem estragando o chão de madeira. Como são várias e o dono de obra lhe lembra que é responsável e terá de pagar os prejuízos, abandona a obra, muito agastado. Claro que é preciso inspeccionar a rigor, e após uma inspecção rápida se chega à conclusão que é necessário re-fixar todos os radiadores pois estes não aguentam que alguém se sente lá em cima quanto mais com o peso da água. Um prévio enchimento a ar comprimido (como deve ser) faz rebentar uma meia dúzia de juntas supostamente "bem apertadas" e só após umas três semanas de trabalho de supostos não-peritos desviados das suas funções (pois o tempo urge), o sistema, supostamente pronto se encontra em afinal em fase de arranque, produzindo um substancial deslize dos prazos previstos, bem como o ruir como um castelo de cartas dos prazos das tarefas de que estavam incumbidos aqueles que tiveram à força de desviar a atenção para este novo problema, e a derrapagem financeira do projecto.

Dá para entender? É que aqui funciona-se assim em TODOS os domínios...incluindo os de mais alta tecnologia.

Vá, pensem nisto...

E assim a brigada de segunda linha é obrigada a trabalhar nos dias de descanso...