sexta-feira, março 30, 2007

Salazar Grande Português ?


Salazar com Christine Garnier


Foi o que entenderam os espectadores da RTP. Porquê? Talvez porque estejam desencantados com o Estado. Talvez tenham esquecido a Guerra Colonial e a mão de ferro que esmagava os opositores políticos. Talvez tenham esquecido que a partir dos anos 60 pouco se fez e os Portugueses emigravam (como hoje emigram, novamente). Talvez se tenham esquecido que ao eternizar-se no Poder o regime abriu caminho aos loucos furiosos que depois vieram a disputar e tomar o poder em Portugal. Surpreendentemente o Dr. Cunhal foi o 2º classificado! Também se esqueceram das bichas para o racionamento do leite, da gasolina, das barragens nas estradas, do terrorismo e assassinatos...

Talvez Sebastião José de Carvalho e Melo e o Dr. Salazar lembrem aos Portugueses que já fomos um grande País.

Mas não olhemos para Salazar, olhemos para o que se passa hoje em dia. A Nação é gerida por políticos, não por gente competente, que entre outras gracinhas:

1. Desmantelou as actividades produtivas essenciais a mando da CE e deixa entrar todo o tipo de produtos de países terceiros que não cumprem as normas comunitárias, aceitando mesmo a criação de excepções às normas para os mesmos (ex: brinquedos chineses, que podem conter chumbo nas soldaduras, muito mais perigoso naquele caso pois são produtos que se arriscam a ir parar à boca dos miúdos e a ser muito rápidamente deitados no caixote).
2. Desbaratou os fundos comunitários em iniciativas tendentes a dar lucro aos seus protegidos, não em iniciativas de interesse nacional.
3. Deixou chegar o sector da educação a tal estado que não há práticamente gente competente a sair das Universidades, sendo o abandono no secundário assustador, e a ignorância da língua Pátria generalizada.
4. Vendeu todo o património que podia a interesses estrangeiros, tendo contado com isso para tapar o buraco da dívida pública.
5. Deixou a corrupção instalar-se (Ex: alguns pedidos de cotação para obras publicas são listas de marcas e características tiradas de folhetos das mesmas..., existem concursos em que é adjudicada uma coisa e instalada outra)
6. Deixou descontrolada a despesa pública, distribuindo inclusivamente e às claras dinheiro vivo à guisa de indemnizações e prémios pelos seus apaniguados enquanto suprime serviços públicos essenciais como se constata por exemplo no sector da Saúde.
7. Quer a todo o custo avançar com projectos masoquistas tipo novo aeroporto e comboio de alta velocidade nos sítios mais impróprios com equipamentos totalmente geridos e instalados por consórcios estrangeiros, ficando para os Portugueses a mão-de-obra, enquanto os muito poucos consultores e peritos Portugueses com craveira se exportam porque não têm trabalho no País.
8. Deixa impunes os criminosos os quais cometem os crimes, são presos e logo libertados pelos juízes que ainda querem mais férias, as que têm não chegam.
9. Manda nascer os Portugueses a Espanha após fechar maternidades, manda as candidatas a mães pagar os tratamentos de fertilização enquanto disponibiliza abortos gratuitos nos hospitais do Estado.

Seria hoje em dia Salazar a solução dos nossos problemas? Claro que não. Não se devem procurar transpor no tempo soluções que outrora funcionaram, estariam hoje totalmente inadequadas fora do seu contexto original. Mas o afastamento dos políticos e a instauração de um governo apartidário e tecnocrata ou pelo menos a existência duma máquina de Estado composta por profissionais não mutantes conforme os ventos eleitorais podia ser um bom ponto de partida, como positivo é que se esteja in extremis a tentar encarrilar as contas públicas recorrendo até a ameaças veladas por e-mail aos contribuintes que pagam, o que é extremamente desagradável e mostra o desespero e a falta de tacto dos actuais governantes. Uma coisa é actuar, outra é passar à ameaça...

Assim como estamos nunca passaremos de ciclos de endireita-esbanja, conforme o pendor dos ventos...

E voltando ao tema, ainda se admiram que Salazar tenha sido o mais votado? Olhem à vossa volta.

Passem bem...

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