terça-feira, abril 17, 2007

Já agora, e se pensássemos um pouco...


um calçado como outro qualquer...


Vamos raciocinar, respirando fundo:

1. Primeiro começámos a fazer sapatos à mão.
2. Depois ouvimos que havia uns tipos que tinham inventado máquinas que permitiam aumentar a celeridade do processo.
3. Comprámos as máquinas aos que as produziam.
4. Começámos a fazer sapatos com as máquinas, baixando os custos à la longue, porque tivémos de pagar as máquinas.
5. Já agora copiámos as máquinas...e começámos a utilizá-las na nossa produção, poupando nos custos de aquisição das mesmas, baixando mais os custos do produto final e assim com a mão de obra barata rebentámos com a concorrência.
6. Como a concorrência era forte tivémos de aumentar a publicidade e começar a exportar fortemente.
7. Como já não conseguíamos aguentar a contínua baixa de preços tivémos de deslocalizar, passando as máquinas para fora do País, num sítio onde se faziam sapatos à mão!

E assim voltou tudo a 1, e viveram todos infelizes, pois quando os preços eram terrivelmente baixos, o país originário primeiro começou a discriminar os cidadãos do outro país para onde tinha transferido a produção, pois o desemprego que isso gerou era mais que muito e as pessoas já não tinham dinheiro para comprar os sapatos, e no final fez guerra ao outro para o aniquilar, pois já não aguentava mais tanto desemprego nem tanta despesa pública, pois os benefícios sociais tinham subido proporcionalmente à riqueza entretanto gerada, assim como os salários. E assim, algo que poderia ter sido evitado com agumas restrições impostas pelos Estados, transformou-se num grande problema.

Não gostaram desta história, pois não?

Eu também não. A solução, ou é uma fuga para a frente, tentando ficar permanentemente no topo da cadeia, ou já agora, arranjar soluções políticas que não passem por mercados completamente abertos.

Passem (e pensem) bem.

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