segunda-feira, setembro 21, 2009

Suspeita ou "Suspeição"?

Ainda hoje me surpreendi escandalizado pelo uso repetido, quase obsessivo duma espécie de neologismo que me surpreende, pois tem estado alheio ao uso corrente da língua de Camões desde que me conheço. Na RTP (serviço publico), dois habituais da comunicação, Judite Sousa e António Vitorino, utilizavam-no à tripa forra. Na SIC outro político, Vitor Ramalho, gastava a palavra empregando-a a cada passo. Uma ex-política do CDS, Nogueira Pinto, bisava, e empregava ambos os termos em total promiscuidade. Termos como "presunção", usados quase como sinónimos, ajudavam à festa.
Pergunto? Será necessário distorcer mais o Português corrente? Em nome de justificações semânticas? Para justificar um protagonismo diferencial?
Caros comentadores, os neologismos (porque se disso não se tratar trata-se de moda anglicista ou no mínimo rebuscadista) não servem a facilidade de comunicação. Servem os comunicadores, se puderem ter acesso a audiência que não goste de ouvir o conteúdo, mas sim a forma, para parecerem diferentes e de acordo com a moda.
Vale a pena? Não. Eu falo Português corrente se quero comunicar. Lembram-se dos "absolutamentes" e dos "é assim"? Pensem nisto. Para quê tentar aproximar a nossa língua dos bifes? Não chegou já como moda o galicismo (ao menos na maioria das vezes era mesmo Francês explícito)? Demodé...

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