quarta-feira, dezembro 07, 2005

Requiem pela Nação

É complicada a situação do nosso País.

A nossa Indústria, Agricultura e Pescas foram desmanteladas. Paga-se inclusivamente para que se pare e se desmantele a actividade. Isto porque convém a interesses externos vender cá os produtos externamente produzidos. É o preço das "ajudas" comunitárias. Nós não crescemos o suficiente nem temos dimensão para ir agora explorar as novas vítimas de leste.
A nossa economia é neste momento de serviços, e excessivamente dependente desde o 25 de Abril, do Estado, como consequência do desmantelamento da economia privada e subsequentes nacionalizações.
O Estado não tem neste momento capacidade para lançar obras que possam fazer mexer internamente o País. Pior, precisa de dinheiro, lançando mais e mais impostos numa época de retracção, vide o IVA, vide agora o projecto de aumentar em 16% a electricidade à Indústria, o que liquidará definitivamente a Indústria transformadora, já profundamente afectada pela concorrência de países terceiros.
As reindivicações excessivas de nada adiantam, pois os grandes grupos multinacionais que "criavam" emprego e levaram grande parte dos fundos estruturais já não estão interessados num País periférico, com altos custos de transporte e baixíssima qualificação profissional e consequente rentabilidade, em contraste com os países de leste recém-chegados à comunidade. Já nos chuparam até ao tutano, e agora estão interessados em lançar-nos para a lixeira. Os fundos estruturais foram gastos não em educação e desenvolvimento tecnológico aplicável e ajuda à internacionalização das empresas mas a subsidiar megalomanias vindas do exterior para nos explorar ainda mais, ou a pagar supérfluos. Nunca esquecer que mais valem 100 micro-empresas a mexer que um monstro que se desmoronar afecta um distrito inteiro.
Os projectos que se "encontraram" para relançar a economia são essencialmente não rentáveis e vão fazer encher o bolso das grandes multinacionais deixando migalhas para as empresas Portuguesas (vide Ota e Tgv), e em nada vão benificiar significativamente o utente Nacional. Viseu e Bragança por exemplo continuam sem comboio...
Só o comércio subsiste e mal à custa de importação Chinesa, e a que custos, com o mercado interno a contrair-se, os preços a evoluir na mesma direcção, e claro, os quasi-monopólios género combustíveis e telecoms...
Preparemo-nos assim para algumas das horas mais negras que esta Nação já viu. Se não for o Turismo não há mais nada. Este País neste momento não passa de paisagem.
E os grandes grupos Nacionais? Ainda há para aí um punhado, dos que não foram desmantelados, e surpresa, foi um agora que salvou a Galp de ir parar lá fora...Claramente o País também necessita de intervenções deste tipo.

Muito mais haveria que dizer. Estou errado? O tempo encarregar-se-á de me desmentir ou confirmar. Nem que viesse aí uma governação competente, demoraria muito tempo até inverter a situação, e o povo não o permitiria, porque deitaria o governo abaixo nas próximas eleições. Portugal nem se governa nem se deixa governar.

2 comentários:

Arte em Movimento disse...

Olá

Nem que viesse aí uma governação competente, demoraria muito tempo até inverter a situação, e o povo não o permitiria, porque deitaria o governo abaixo nas próximas eleições. Portugal nem se governa nem se deixa governar.)

É a conclusão a que eu cheguei, infelizmente, e digo infelizmente porque não queria que fosse assim.
Mas sempre que se quer andar para a frente há greves, reivindicações, reclamação e ameaças ao Governo, seja ele qual for.
Podemos concordar que certas medidas estão erradas, pois claro que estão, mas todas as medidas estão erradas? Todas? Mesmo aquelas em que se diz, “é uma boa medida, mas podia ser muito melhor, não sei como, mas assim é uma desgraça, deviam ter vergonha”, é a frase mais ouvida em Portugal nos últimos tempos. Engenheiro, economista e afins, há imensos neste Pais. São só palpites. Só para destabilizar.
Mas então quando se votou uma maioria num partido ainda há só 6 meses, ninguém leu o programa desse partido? As pessoas votam de cruz? Ou por vingança no outro partido que nos tinha deixado?
É muito complicado fazer alguma coisa por um País, mesmo com um governo de maioria, como é o nosso caso.
Temos de começar a ser mais optimistas, mais alegres e não mensageiros da desgraça. Temos de trabalhar, ajudar a levantar Portugal, desta apatia em que caímos.

Bjs
Franky

barcarossa disse...

Boas

Isto faz-me lembrar o tempo em que eu clamava contra o regime do Tomás (como sabe caro, regime do Caetano nunca houve), e dizia...raio que os parta poliíticas erradas, incompetentes. A diferença agora é que continuo impotente pois nem como os filhos da mãe ingleses (escrevi em minúsculas por gosto) temos um contacto do deputado com quem possamos dialogar. Nada mudou a não ser que de colonizadores passámos a colonizados. O regime é igual. A diferença é que agora elegemos os */$% que nos governam, e cada nova estirpe parece ser pior que a anterior. Como a gripe. Estes tipos que agora lá estáo têm tomado algumas boas medidas sectoriais (onde detêm competências), mas não podem de facto cumprir um programa completamente idílico e irrealizável, num País que está na lama de facto, e andam para trás e para diante, quais baratas tontas num "break dance" imparável, devido à sua quase total incompetência sectorial, salvem-se excepções como a educação. A solução está num governo totalmente pragmático e apartidário (será que ouvi algures o termo "Salvação Nacional". Busque-se a competência em cada sector (quero lá saber que o tipo que fique com o pelouro seja do cds ou do bloco) e andemos para a frente. Impossível, o povo nunca o permitirá por razões históricas (chamar-lhe-iam ditadura).
Sabe qual o meu medo? (ainda agora mais uma empresa de 300 pessoas fechou mesmo à minha beira). A guerra, que é a única coisa que lava economias débeis, e os filhos da mãe dos americanos sabem-no bem.

Consonância entre nós? Como não pode haver, vivemos no mesmo território, somos pessoas inteligentes, as questóes básicas não nos passam ao lado, independentemente da forma que vemos para as resolver!